Lima, 11 de out de 2011 às 18:25
Logo do início das eliminatórias para o Mundial de Futebol Brasil 2014, o Arcebispo de Lima (Peru), Cardeal Juan Luis Cipriani, chamou os fiéis a dar ao esporte seu verdadeiro lugar e não convertê-lo em uma religião, porque "a festa do esporte vai além da violência".
"Acredito que o esporte tem seu lugar; tampouco façamos do esporte uma religião, mas une o país; é um exemplo quando as pessoas vêem disciplina, um bom momento como o que vimos ontem (referindo-se ao jogo da sexta-feira, 7, no qual o Peru venceu o Paraguai). Minha saudação a esses rapazes e lhes peço tranqüilidade, humildade e que lutem. Ganha-se ou perde-se, mas fica na quadra de esportes o exemplo de um homem íntegro", disse o Cardeal no sábado ao comentar o triunfo do Peru sobre o Paraguai na primeira rodada das eliminatórias.
Durante o programa radial Diálogo de Fé, o Cardeal destacou a força e compromisso dos jogadores a quem animou a cuidar de seus lares, de suas famílias e a ser boas pessoas. Manifestou sentir-se comovido ao ver como davam graças a Deus continuamente e ao ver a festa do esporte em sua melhor expressão.
Imitar os heróis
Em outro momento do programa, o Arcebispo recordou a figura de Miguel Grau, herói peruano do combate naval de Angamos de 1879 durante a guerra com o Chile. "Temos que seguir os rastros de um peruano, que deve ser o número um por sua exemplaridade e sua permanência na história; de quem, conforme foram conhecidas mais coisas de sua vida, conhecemos mais rasgos de sua integridade moral", prosseguiu.
"(Miguel Grau) foi um homem profissional em todo sentido, que pôs em jogo a vida pela integridade de sua pátria, que teve a grandeza de não massacrar o inimigo mas de respeitá-lo em sua dignidade humana. Por isso, a grandeza de Grau transcende o evento puramente militar", acrescentou.
O Cardeal disse que "como Grau há tantos peruanos e peruanas em todos os lugares que desde seu pequeno esforço, desde sua responsabilidade pessoal, sabendo cuidar de suas famílias e sabendo pôr a Deus em seu trabalho, fazem deste país um país grande".
O Cardeal também aproveitou para agradecer ao povo de Ayacucho, onde foi Arcebispo durante os anos do terrorismo, por reconhecer o trabalho da Igreja nesses anos escuros e difíceis.
"Quando fui à apresentação do novo arcebispo de Ayacucho, Dom Salvador Piñeiro, vi as pessoas agradecerem o trabalho silencioso de tantas religiosas, missionários, agentes de pastoral, sacerdotes, bispos. Foram muitos homens e mulheres que mantiveram viva a chama da fé em meio de tanta violência e barbárie", recordou.